Agressão na UFSM

Vigilante da UFSM diz que agarrou skatista pelo pescoço para se defender

Pâmela Rubin Matge

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Um dia depois do registro de uma ocorrência policial de uma agressão envolvendo seu nome, um vigilante da Vigillare Segurança que trabalha no campus da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) conversou sobre o fato. Sem se identificar, ele confirma que agarrou um skatista pelo pescoço, mas que só fez isso para imobilizá-lo depois que o jovem jogou o skate contra ele (veja a íntegra da entrevista abaixo).

A briga ocorreu no campus no último domingo próximo ao prédio 74 C e ganhou repercussão nas redes sociais.
_ Trabalho há 20 anos como vigilante e estou sujeito a perder o emprego. Desde domingo, ainda não consegui dormir direito _ disse o homem, de 42 anos, 20 na função de vigilante.

O caso foi registrado na Delegacia de Pronto-Atendimento (DPPA). Segundo o delegado Sandro Meinerz, que fez o registro do fato, ainda devem ser ouvidos o skatista e o vigilante. Na segunda-feira, foi feito um Termo Circunstanciado, e o caso deve ser encaminhado ao Juizado Especial Criminal para uma tentativa de conciliação entre os envolvidos:

_ Temos que analisar os fatos: a agressão sempre parte de fatos anteriores. Vamos apurar as possíveis lesões corporais e abuso de autoridade e também se houve algum crime por parte da vítima.

De acordo com o gerente operacional da Vigillare Segurança, José Luiz Pittaluga, a empresa ainda está apurando o fato. O vigilante foi afastado temporariamente:
_ Nos cursos que eles recebem é dito que podem imobilizar, desde que não haja excessos. O que não é permitido, é agir com violência. Nós temos fotos que mostram que o vigilante também foi agredido. Ele trabalha conosco há pelo menos 15 anos e não temos nenhuma queixa.

Nesta terça-feira, a empresa vai solicitar as imagens para Vigillare Monitoramento para analisar as imagens da briga no campus da UFSM.
O chefe do núcleo de vigilância da UFSM, Eduino Simões, disse que o vigilante foi afastado das funções até que sejam concluídas as investigações da polícia.

Diário de Santa Maria _ O que houve naquele domingo?
Vigilante _ Cheguei para meu plantão, no último domingo, por volta das 18h30min. Meu colega logo informou que já havia pedido para os rapazes que andassem de skate em outro lugar, pois ali não era o lugar adequado. Então, também me dirigi aos rapazes e, com calma, expliquei de novo que ali era uma área restrita, que já estava escurecendo e que deveriam sair do local.

Diário _ E o que os jovens disseram?
Vigilante _ Em deles não aceitou o pedido e me jogou o skate no rosto. Eu fui me defender, não bati nele e não queria isso, foi uma reação imediata contra a agressão. Agarrei-o pelo pescoço para imobilizá-lo e apertei. Por isso, acabei lesionando-o. Eu ainda fiquei com a mão machucada e duas unhadas por causa da briga, mas em nenhum momento usei o cacetete, como ouvi falarem por aí. Os outros skatistas ficaram só olhando, assim como meu colega de serviço.

Diário _ O que ocorreu depois?
Vigilante _ Ele e mais uns amigos se fecharam no carro. Fui até lá e pedi para que ele saísse. Ele aceitou e conversamos numa boa. Ele falou meio na gíria dele "foi mal", que estava tudo tranquilo. Eu também disse que estava tranquilo, que eu tinha idade para ser pai dele e que devíamos esquecer isso, mas acabei dando uma de inocente. Não quis chamar a Brigada Militar (BM). Eles foram embora. No outro dia, fizeram um escândalo.

Diário _ O senhor se arrepende? Como vai ser daqui para frente?
Vigilante _ Olha, as providências estão sendo tomadas pelo meu advogado. Tenho acompanhado várias pessoas nas redes sociais, defendendo os"

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